
Sanções aplicadas a empresas de transporte estão prejudicando a segurança marítima e representam ameaças ao comércio, pois afetam os padrões dos navios, afirmou o CEO da Sovcomflot, uma empresa de transporte russa sancionada.
A União Europeia estabeleceu medidas restritivas contra a empresa russa Sovcomflot (SCF) e seu diretor executivo Igor Tonkovidov, conforme divulgado no Jornal Oficial da UE nesta segunda-feira.
No começo deste ano, o departamento de aplicação do Tesouro dos Estados Unidos, OFAC, identificou individualmente 14 petroleiros de petróleo bruto como ativos nos quais a Sovcomflot tem participação.
“Sovcomflot expressou profunda decepção com a priorização de interesses geopolíticos imediatos em detrimento do transporte marítimo seguro e de alta qualidade. Essa abordagem não favorece a segurança do transporte marítimo, sobretudo nas águas europeias”, afirmou Tonkovidov em declarações enviadas à Reuters na terça-feira.
O SCF se opõe veementemente à divisão da frota comercial global em grupos opostos, à minar a cultura de segurança e aos princípios estabelecidos pela indústria marítima ao longo dos últimos anos.
Tonkovidov afirmou que o grupo seguiria, sem dúvida, os mais elevados padrões.
Seus comentários foram inicialmente mencionados pela primeira vez na revista de transporte marítimo Tradewinds.
Em abril, Tonkovidov informou aos repórteres que as medidas restritivas afetaram as atividades da empresa, restringindo nossas oportunidades de atuação e crescimento no mercado.
A empresa SCF, que já foi uma das principais empresas de transporte de petroleiros globalmente, enviou 75 milhões de toneladas de petróleo no ano de 2023, com foco nos mercados da China, Índia e região do Mediterrâneo.

As medidas punitivas do Ocidente contra a Rússia resultaram na retirada de empresas de serviços internacionais, como os fabricantes de motores de navios e os órgãos emissores de certificados de segurança, o que aumentou os obstáculos para a frota russa.
Os trabalhadores da indústria naval mundial também expressaram preocupações sobre os riscos de segurança representados por numerosos petroleiros antigos e sem regulamentação, conhecidos como a “frota de sombra”, que transportam petróleo de nações sujeitas a sanções e outras restrições, como Rússia, Irã e Venezuela.